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Ansiedade: o excesso de futuro no presente

 

O crescente número de afastamentos de colaboradores das empresas em função de doenças emocionais não deixa dúvidas: a ansiedade é um problema sério no mundo corporativo e veio para ficar.

 

Irritabilidade, cansaço constante, dificuldade de concentração, problemas relacionados ao sono e ataques de pânico são alguns dos sintomas causados pelos transtornos ansiosos, cada vez mais frequentes nas organizações. Além disso, a ansiedade pode causar outras doenças como consequência. Segundo um estudo feito por pesquisadores de Harvard, 80% das consultas médicas são motivadas pelo estresse. 

 

Já as causas desse tipo de problema são variadas e têm muito a ver com o ambiente de pressão vivido em grande parte das empresas. A cobrança por resultados, que gera expectativa constante, aliada à velocidade com que tudo pode mudar no mundo conectado, é o cenário ideal para o desenvolvimento desses transtornos.

 

De forma geral, a ansiedade pode ser definida como o medo do que está por vir. Seja a antecipação por uma possível má notícia, como um corte de gastos na empresa, ou mesmo por algo bom, como uma promessa de promoção. Trata-se do excesso de futuro no presente. 

 

Mas a culpa não recai apenas sobre o ambiente corporativo. O próprio estilo de vida que se leva nas grandes cidades tem enorme parcela de responsabilidade no problema. O tempo que se leva nos deslocamentos de casa ao trabalho, o fluxo interminável de informações, os estímulos contínuos provocados pelos aparelhos eletrônicos, a alimentação inadequada, a sensação de que sempre falta tempo… Tudo conduz à ansiedade. 

 

Não é à toa que os mais jovens são os mais afetados pelos transtornos ansiosos. Os Millenials sofrem mais que os membros da Geração X. Uma explicação é que já nasceram envoltos nesse ambiente digital. 

Além disso, os mais jovens são mais afetados pelas incertezas em relação a carreira e mercado de trabalho. Em resumo, o futuro assombrando o presente. 

 

Segundo uma pesquisa feita pela Robert Half com 1.775 diretores de recursos humanos em 13 países, o Brasil lidera o ranking dos ansiosos. Por volta de 42% dos participantes brasileiros disseram ser comum ter funcionários com estresse e ansiedade. A média mundial é de 11%. 

 

 

O papel do RH

 

Se a ansiedade é um problema tão presente no ambiente corporativo, cabe ao RH aprender como lidar com isso. 

 

O primeiro passo é saber identificar a questão. Isso pode ser feito por meio de questionários aplicados aos colaboradores ou da capacitação de gestores para reconhecer os sintomas, por exemplo. 

 

Como solução, podem ser propostos cursos de gestão do estresse, acompanhamento psicológico individual ou outros programas de apoio. 

 

Planejar o futuro da empresa pode ser a melhor maneira de não temê-lo.