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Você tem medo de dizer “eu não sei”?

 

Quantas vezes dentro da sua empresa você se sentiu fragilizado ao ter que assumir que não sabia alguma coisa? Caso a sua resposta tenha sido “nenhuma vez”, parabéns. Você está no caminho certo para o sucesso em sua carreira.

 

Muitos profissionais se cobram a obrigação de ter respostas para tudo o que lhes perguntam. O comentarista esportivo da ESPN, Paulo Calçade, disse que esta é a situação que mais o incomoda: ser exigido pelos espectadores que tenha sempre uma ótima explicação para tudo o que acontece dentro e fora de um jogo de futebol. E ele conclui aliviado: “aprendi a dizer não sei, sem me sentir culpado”.

 

Afinal de contas, qual é o ser humano que sabe de tudo? Nenhum. Mas a questão vai mais além do que esta simples constatação. O problema surge quando imaginamos que é nossa obrigação conhecer todas as questões relacionadas ao nosso trabalho e não adotamos o “não sei” como possibilidade.

 

Quem assume uma postura mais aberta ao desconhecido, desenvolve melhor a capacidade de absorver novos conhecimentos porque se propõe a buscá-los constantemente, para suprir sua falta de informação.

 

Gestores, mais do que outros profissionais, nutrem erroneamente a sensação de que devem ser os guardiões da verdade mais completa sobre os fatos e que não podem falhar com suas equipes, assumindo desconhecer a resposta para algum problema da empresa.

 

Em sala de aula, professores também costumam se atribuir ilusoriamente a responsabilidade por todo o conhecimento disponível sobre sua matéria e, diante de algumas perguntas mais ousadas, sentem-se constrangidos por não possuírem a solução para o dilema apresentado.

 

Por sua vez, alguns alunos de cursos de pós-graduação pedem ao professor que no período de 15 minutos do intervalo encontrem a alternativa mais correta para o problema que suas empresas vivenciam há décadas. Este é um peso adicional que é colocado nas costas do professor que, é óbvio, tem total direito de responder que não sabe.

 

Seja qual for o seu caso – colaborador, gestor, professor ou aluno –, assuma o “não sei” como uma fórmula para o despertar da sua curiosidade e a promoção do seu desenvolvimento constante, além de contribuir para a sua libertação do compromisso social de ser obrigado a ter respostas para as dúvidas dos outros.